segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Visão da 26ª rodada

Aos 14 minutos do segundo tempo, Loco Abreu isolou uma bola para fora, sem goleiro dentro da pequena área. O Fogão vencia por 2 a 0 e o gol selaria a vitória. Aos 48, Rivaldo tentou encobrir Renan, mas chutou para fora. O jogo estava 2 a 2 e seria a virada são-paulina. Os dois lances da sensacional partida de ontem no Engenhão resumem o equilíbrio do Brasileirão. Pequenos detalhes de dentro do campo que vão encaixando os times nas primeiras posições a distâncias mínimas uns dos outros.

O Botafogo esteve muito perto de sair como um dos destaques da rodada e terminou com gosto amargo. O São Paulo chegou a despencar para a quarta posição na tabela, mas recuperou a terceira. E conseguiu um pontinho em um confronto direto fora de casa, o que é ótimo.

O Domingo terminou com o quarto a quatro pontos do líder. Distância só vista no detalhe. O grande vencedor da rodada foi o Vasco. Com show de Diego Souza, venceu o Cruzeiro(que começa a se aproximar do U4) e abriu dois pontos na liderança.
Imagine agora a seguinte situação: última rodada do Brasileirão, clássico mineiro entre Cruzeiro e Galo e, quem perder, cai para a segunda divisão. Ou, um já está nela e, se vencer ou empatar com o rival, também o carrega para o abismo. Ou, ainda, o clássico será o último deles na primeira divisão, porque, já caidos, o próximo será na segundona.

Pesadelo? Sim, pesadelo.

Mas cada vez mais possível porque o Galo já é o primeiro dos últimos e o Cruzeiro, apenas quatro pontos na frente, já é o último dos que estão fora da zona do rebaixamento.

Cruzeiro que, lembremos, como o Inter, o Santos, o São Paulo e o Flamengo faz parte do seletíssimo grupo dos grandes que jamais cairam. Que o dia 4 de dezembro os encontre, ao contrário, garantidos na primeirona, já que o América está mesmo condenado sem ter mais o que fazer, prova da falta que faz o Mineirão.

É bem provável que atleticanos e cruzeirenses jamais perdoem a Copa do Mundo no Brasil porque já não são poucos os que a responsabilizam pela situação em que se encontram os dois times. E a rodada que passou foi trágica para ambos pois o Galo foi derrotado no Beira-Rio pelo Inter

 


Antes de a bola começar a rolar na rodada, Flamengo e Corinthians tinham em tese as tarefas mais fáceis. Mas fizeram jogos sofridos contra América-MG e Bahia, respectivamente. Os três pontos para cada um vieram, o Fla retornou a briga pela Libertadores e o Timão mira novamente o título.

O Palmeiras perdeu a chance de também voltar à brigar pela Libertadores ao apenas empatar com o Atlético-GO. O “apenas empatar” é por um detalhe: o time goiano esteve com dois jogadores a menos em campo desde os 15 minutos do segundo tempo. Por ora, Fla, Flu e Inter lutam pela quinta vaga.

Felipão disse depois da partida: “Foi a maior vergonha da minha vida”.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Feriado na Copa para "maquiar" problemas de mobilidade urbana



Já que as obras relativas à mobilidade do público que acompanhará a Copa do Mundo de 2014 não ficarão prontas, decreta-se feriado e resolve-se o problema. Ao que parece é essa a opinião da ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Na tarde desta segunda-feira (19), em São Paulo, a ministra afirmou que as obras de melhoramento da condição de mobilidade urbana nas cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo não são “essenciais para os jogos”. Estão atrasadas e muitas não ficarão prontas no prazo estimado.

Com o discurso de que essas obras serão um legado à população e não obrigatórias para a realização da Copa, Belchior subestima a inteligência alheia. “Vai ser feriado nos dias de jogos, feriado em São Paulo no dia do jogo não tem trânsito”, disparou. Será que alguém ira cair nessa?

A declaração foi feita após a divulgação do projeto da Lei Geral da Copa, que determinaria que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que sediarão os Eventos poderão declarar feriados os dias de sua ocorrência em seu território”, cita o 41º dos 46 artigos publicados pela Casa Civil.

O deputado federal e ex-jogador Romário (PSB-RJ) criticou nesta terça-feira (20) a autorização para que se decrete feriados em dias de jogos da Copa de 2014 no Brasil, como consta no projeto que cria a Lei Geral da Copa, enviado ao Congresso nessa Segunda.

"O feriado é péssimo. Volto a falar, o feriado pode vir a ser um motivo – como algumas obras não vão ser terminadas como devem ser – feriado vai maquiar um pouco a falta dessas obras que terão de ser feitas 100% e maquiar problemas que vamos ter durante a Copa do Mundo. Alguns, não, muitos", afirmou o deputado.

Atitudes como essa que nos dão certeza de que o Brasil ira fazer uma Copa “para inglês ver”. O engraçado é que, em todo discurso de quem está envolvido na Copa, sempre aparece a palavra “legado”. Irônico, não?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fortaleza se salva do rebaixamento em um jogo no minimo estranho.....

Última rodada da primeira fase da Série C. Os jogos do grupo B eram Campinense x Guarany de Sobral, em Campina Grande, Fortaleza x CRB, no Ceará.

O Fortaleza lutava para não cair. O Campinense também. O CRB tentava a classificação ao lado do América de Natal, que já garantira a vaga.

No apito, Gutemberg de Paula Fonseca, do Rio de Janeiro, árbitro Fifa.

No Estádio Presidente Vargas o jogo demorou a começar, a bola rolou depois do início da partida em Campina Grande.

Primeiro tempo, 0 a 0. O Fortaleza voltou a campo com o seu uniforme reserva, mas precisou vestir outra vez o tricolor, por ordem do árbitro atrasando ainda mais a partida.

Evidentemente, assim, o time cearense jogaria os minutos finais sabendo o que resultado da partida do Campinense.

O Fortaleza abriu o placar. Em seguida, Paulo Rodrigues fez pênalti e foi expulso. Mas Carlinhos Bala perdeu a chance de ampliar o marcador.

Irado, o goleiro Cristiano chutou a bola para longe. Também ganhou cartão vermelho. Na súmula, o árbitro registrou que o arqueiro teria tentado acertar o gandula - clique aqui e leia.

O técnico Flávio Lopes já havia feito três substituições e o volante Roberto Lopes virou goleiro.

O Fortaleza ampliou, mas logo depois o Campinense fez 1 a 0 em seu jogo. Assim o time cearense precisava de 4 a 0, ou seja, mais dois gols.

Com um jogador de linha na meta adversária, os tentos sairam nos minutos finais.

O rebaixado foi o Campinense, pois fez os mesmos 9 pontos do Fortaleza, com saldo de gols igual, mas menor número de gols marcados.

Veja no vídeo abaixo os 13 minutos finais de Fortaleza X CRB, ou seja, instantes antes do gol feito pelo Campinense, que obrigou o tricolor cearense a dobrar o placar de 2 a 0 para 4 a 0. As imagens e a narração são da TV Pajuçara, de Maceió.

Veja e tente entender o que aconteceu.



A indignação do Campinense é tanta, que o clube promete entrar com uma ação no STJD, denunciando Fortaleza e CRB pela suposta combinação do resultado e pedindo a anulação dos pontos do Leão. Além disso, o clube reclama do atraso do time cearense no segundo tempo para evitar que as duas partidas terminassem simultaneamente.

O que colocou fogo de vez na polêmica foi um vídeo mostrando o atacante Carlinhos Bala, do Fortaleza, após o terceiro gol, sinalizando para a defesa do CRB que só faltava um gol. As imagens foram divulgadas pelo Twitter oficial do Campinense, que ainda retuitou mensagens de protesto dos torcedores no microblog e criou a hashtag .


Confira o vídeo em que Carlinhos Bala teria pedido "mais um gol"



O árbitro da partida, Gutemberg de Paula Fonseca, da Federação do Rio, confirmou conversas frequentes entre jogadores de Fortaleza e CRB sobre o placar na partida do Campinense.

Uma reunião entre o presidente da Raposa, William Simões, e a presidente da Federação do estado, Rosilene Gomes, está marcada para as 15h30 desta segunda-feira. Na ocasião, será exposta à FPF a intenção do clube em acionar a Justiça e ainda serão detalhados os argumentos para a ação.

domingo, 18 de setembro de 2011

Enfim, um líder que vence

O Brasileirão tem novo líder, o Vasco, um líder que é líder porque venceu e não porque empatou ou porque perdeu e seus concorrentes também foram derrotados.

Ao contrário, o vice-líder, o São Paulo, também venceu, e pela mesma goleada, 4 a 0.


Claro, o Vasco enfiou quatro no poderoso Grêmio e o São Paulo no Ceará.


Quem caiu foi o Corinthians e direto para o terceiro lugar.

O Botafogo, com um jogo a menos, desperdiçou a chance de se manter como líder virtual ao só empatar com o Flamengo, que não vence há nove jogos e ainda tem um treinador que diz que a culpa é das arbitragens e do gramado.

O Palmeiras também desperdiçou uma grande chance de subir na tabela, jogando contra o vice-lanterna Avaí, na Ressacada. Mas o resultado não foi tão ruim, devido as circunstâncias da partida. O Verdão jogou boa parte da partida com dois jogadores a menos.

Internacional e Coritiba empataram no Beira Rio, e o Fluminense foi goleado pelo Bahia no Pituaçu. Três times que estavam em ascessão. Mas, como nesse campeonato ninguém tem uma regularidade -  a exceção é o Vasco – não dá para apostar nesses times.

Pior é a situação dos Atléticos mais tradicionais do país, o Mineiro e o Paranaense, que frequentam juntos a zona do rebaixamento.

A 24ª rodada teve poucos gols, só 22, e 16 mil pagantes por jogo, com o Pacaembu recebendo o melhor público, 34 mil, e o Serra Dourada o pior, com seis mil torcedores.

sábado, 17 de setembro de 2011

Campeonato Brasileiro do biscoito mais fresquinho

E chegamos hoje a 24º rodada do Brasileirão. Sem dúvida alguma o Campeonato Brasileiro é o mais equilibrado do mundo, afinal, aqui sempre temos pelo menos uns dez times que podem ser candidatos ao título!

Além do mais, é impossível afirmar quem será o campeão, pois, três vitórias ou três derrotas consecutivas mudam a cara do campeonato e o clima do time, que o diga o Atlético-GO que estava na zona do rebaixamento e depois de cinco vitórias seguidas já está na frente de Santos, Grêmio e Cruzeiro, por exemplo.

Pois bem, vocês se lembram do anúncio do biscoito? Vende mais porque está sempre fresquinho ou está sempre fresquinho porque vende mais? Pois isso pode se aplicar ao Brasileirão. O campeonato é emocionante porque os primeiros colocados só apanham? Ou não tem emoção nenhuma, porque os líderes não ganham ne ninguém, ou seja, o futebol do Brasileirão é medíocre?

Na verdade, há sobretudo uma inversão. Os primeiros começaram a perder demais e os times do meio da tabela - principalmente Fluminense, Internacional e Coritiba - de algum jeito passaram a ganhar. Na realidade, o grande barato do futebol é o imprevisível. Foi isso que fez esse esporte se tornar popular no mundo todo.

Mas o que há no Brasileirão é sobretudo a covarda absurda, que se caracteriza pelas derrotas que os times sofrem fora, porque jogam como times pequenos, e as pancadas que levam em casa, porque são ruins. Logo, se são ruins em casa, e fora piores ainda, se renova a tese do anúncio do biscoito, levando à conclusão de que ninguém pode afirmar quem será o campeão.

De todo jeito, parece que o Vasco,  - reparem - que é o mais regular, pois pontua em quase todas as rodadas, triunfará.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Comemorar o quê?

Mil dias. estamos a mil dias da abertura da Copa do Mundo. Festa em belo Horizonte, cavalgada em Porto alegre, comemorações por todo o país, o Ministro Orlando Silva sendo muito otimista na TV... Mas será mesmo que temos o que festejar?

Quando recebemos a notícia de que a Copa seria no Brasil, tínhamos 2.416 dias para preparar tudo. Hoje, menos da metade do tempo. Em cinco aeroportos, as obras sequer começaram. No Maracanã e no Mineirão, os operários estão de braços cruzados, exigindo melhores condições de trabalho. Sabem que o calendário é um aliado e que, cada dia perdido aumenta o poder de barganha. Mobilidade urbana, transportes, rede horteleira, projetos sócio-ambientais, pessoas sendo desalojadas de suas casas? Disso nem se ouve falar.

O ministério do Turismo, que deveria estar alinhado com o do Esporte no planejamento e execução do projeto Copa-2014, tenta apagar o incêndio provocado  pela sequência de escândalos envolvendo o ex-titular da pasta, Pedro Novais. O ministro do esporte, que até agora tentava manter as aparências, já admite a preocupação com o ritmo das obras, não apenas em estádios, mas também - e principalmente - nas cidades que pleitearam e conquistaram o direito de sediar jogos.

Nada que nos surpreenda, é verdade. Recentemente, o Congresso aprovou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), com o objetivo de acelerar o andamento das obras. Em outras palavras: o governo já admite pagar o que for preciso para evitar um vexame maior. Por "o que for preciso", você pode entender contratações sem licitação, por valores exorbitantes e tudo o que uma gestão responsável condena.

Não tenho dúvidas de que a abertura da Copa acontecerá no dia, horário e local determinados. Não tenho dúvida de que o Itaquerão, ou Fielzão, ou Orlandão, ou o nome que quiserem dar nesse estádio particular construido com o dinheiro público, estará pronto, lotado de eufóricos torcedores, ensiosos pela estréia da Seleção Ceebefiana. O problema é quanto teremos que pagar a mais por isso. aquilo que os economistas, com muita propriedade, costumam chamar de "custo-Brasil".

Eu prefiro chamar de custo-incopetência, custo-irresponsabilidade, ou também, custo-maracutaia. Mas quem vai se lembrar disso depois que Neymar fizer o primeiro gol da Seleção do Ricardo Teixeira, numa vitória sofrida sobre uma seleção mais modesta na abertura do Mundial? salve, então, a Copa do Mundo! Vamos todos comemorar.... Afinal, falta mil.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lesões de Ganso e Valdívia mostram: seleções são nocivas aos clubes

Com dores na coxa esquerda, Paulo Henrique Ganso deixou o gramado com 9 minutos de bola rolando no amistoso Brasil x Gana, em Londres. A contusão, mais uma do meia, inviabilizou a experiência que Mano Menezes pretendia fazer, reunindo o santista a Neymar, Leandro Damião e Ronaldinho Gaúcho. E criou um novo problema para quem mensalmente paga os salários do atleta.

Independentemente das ótimas relações que a presidência do Santos mantém com a CBF, é óbvio que ninguém na Vila Belmiro teve motivos para sorrir diante da TV quando Ganso cedeu lugar a Elias. Os dirigentes dificilmente reclamarão, afinal, há uma questão política nisso tudo e a Confederação é "boa amiga". O torcedor, esse sim, pode manifestar sua ira diante dessa situação.

Jogos como este entre a seleção cebeefiana e o Gana servem para pouco, além de proporcionar aos envolvidos mais uma robusta quota. É a manutenção de uma máquina, a engrenagem tem que seguir rodando. É um negócio alimentado pela quantidade industrial de "datas Fifa" a reunir seleções em jogos sem nexo e a desfalcar clubes. Eventualmente contundindo jogadores.

Na Copa América Sandro se machucou e o Tottenham recebeu seu volante sem a mínima condição de jogo. O ex-jogador do Internacional não pôde fazer a pré-temporada como seria ideal e desfalca os Spurs nesse início de campeonato inglês. Em 2009 Kleberson, então no Flamengo, também se machucou servindo à seleção. Há quem acredite que foi à Copa por isso. Pode ser.

E há mais casos, das mais diversas nacionalidades. Valdívia é outro, que volta machucado após defender a seleção do Chile e vai desfalcar o Palmeiras por 30 dias. E trata-se do mais caro investimento alviverde no atual elenco. Até quando os clubes irão tolerar isso?

Paquiderme do Circo 'atropela' Rivaldo, Marcos e Rogério Ceni

Em mais um importante arroubo de sensibilidade, digno de um paquiderme devidamente acomodado numa roda gigante, o Circo Brasileiro de Futebol perderá boa chance de dar um pouco de brilho à amarelinha desbotada.

Se houvesse um mínimo de respeito à gloriosa memória do esporte bretão nacional, pelo menos três jogadores deveriam figurar entre os manos do Mano na convocação para os jogos contra a Argentina.

Pentacampeões mundiais em 2002 e em final de carreira, Rivaldo, Marcos e Rogério Ceni poderiam muito bem ser homenageados nos caça-níqueis rotulados de ‘Superclássicos das Américas’.

O meia e os goleiros ficariam extremamente felizes se o rei da bola, o carismático Ricardo Teixeira, deixasse um pouco de lado o já abarrotado cofre do Circo Brasileiro de Futebol e preparasse uma grande festa de despedida.

Independentemente da paixão, a torcida também explodiria de alegria se Rivaldo, Marcos e Rogério Ceni pudessem defender a seleção pela última vez.

Se o fofo Ronaldo e o pitbull Romário foram reverenciados, o mesmo deveria acontecer com o trio parada dura, com mais de 38 anos cada um, já que as partidas contra os hermanos não passam de um ‘me-engana-que-eu-gosto’.

(Pouco antes do adeus do Fenômeno no Pacaembu, Rivaldo declarou que não teria o mesmo privilégio por não ser carioca).

A lista do Mano dos manos é uma boa prova de que o futuro das chuteiras brasileiras não depende do que acontecerá em Córdoba e Belém.

O argumento do treinador de que chamou vários jovens para preparar o terreno à Olimpíada-2012 é elogiável, mas somente até a página dois. E olhe lá.

Não dá para engolir o rubro-negro Renato Abreu, nascido há 10 mil anos atrás. E muito menos Kleber, Réver, Henrique, Cícero, Fred ‘Slater’...