sábado, 27 de agosto de 2011

A volta das bandeiras aos estádios. Futebol é alegria!!!!

   Houve um tempo em que os estádios recebiam as enormes bandeiras. As arquibancadas ficavam mais bonitas e vivas. Uma era mais produzida que outra e as torcidas faziam uma competição à parte para confeccionar a mais chamativa.


   A Assembleia Legislativa de São Paulo aprova, por 90 votos a dois,  a volta deste símbolo do futebol brasileiro, aos estádios paulistas, e os jogos ficam mais coloridos. Falta só a sanção do governador Alckmin.

   Vejo as torcidas paulistas e não dá para comparar com as de outros estados. São mundos diferentes: um de festa, brincadeira, alegria, cores e vibração contra outro carrancudo, cinza e sem graça.

   A torcida paulista é menos vibrante que as outras? Não. Ela só passou 15 anos sem poder fazer uma festa completa, por conta de uma lei que colocava um bandeiras a culpa pela violência.

   Por outro lado, a polícia deverá ter mais atenta por causa do uso indevido dos mastros que seguram as bandeiras. Feitos de bambu ou de tubos de plástico, eles eram usados para esconder armas, bombas caseiras e drogas.

   Em 96, as autoridades vetaram as bandeiras depois da briga entre torcedores na final da Supercopa São Paulo de juniores, entre São Paulo e Palmeiras. Os mastros serviram de armas para os encrenqueiros no Pacaembu, além das pedras e paus das obras no local, à época.

   Eu sou favorável ao retorno das gigantes bandeiras aos estádios.

   Enfim, o período de trevas acabou!

Clubes terão prejuizos no Pan de Guadalajara

  A CBF pode voltar a criar problemas para os clubes brasileiros com convocações para a Seleção. Nessa semana, a entidade anunciou que, em Outubro, levará ao Pan-Americano de Guadalajara, no México, a equipe campeã do Mundial Sub-20. Dos 21 jogadores que levantaram o caneco no Sábado passado, 19 atuam no país.

  Os convocados desfalcarão seus clubes já na reta final do Brasileirão, em Outubro. Caso a Seleção chegue à final -  e considerando que haverá um período anterior de preparação -, os atletas perderão pelo menos cinco rodadas do Nacional (28ª à 32ª).

  O que estaria por trás do recuo da CBF e da decisão de Ricardo Teixeira de mandar o sub-20 campeão do mundo para disputar essa competição? Com certeza, o projeto de preparar um time para a olimpíada é apenas um detalhe nessa história.

  Lembrem-se que o senhor CBF anda de mal com a Globo. E que os direitos de transmissão dos jogos são da Record. Ao mandar um time com chances reais de ser campeão – o que nem no Pan do Rio de Janeiro aconteceu, já que levou o sub-17 e saiu de mãos vazias – Teixeira alfineta a Globo, valoriza o produto da rival e lhe garante uns pontinhos a mais no Ibope. Além de fazer um afago nos bispos da emissora paulista, em meio a saraivada de denúncias que tem sido veiculadas ali contra ele. Não será o aceno da bandeira branca?

 Apostar em Casemiro, Henrique, Negueba, Oscar & cia também pode ser útil ao cartolão de uma outra forma. Uma medalha de ouro no futebol – tão rara em competições poliesportivas - é uma boa notícia. Sem dúvida alguma. E gerar boas notícias é o que ele precisa – por mais que isso seja difícil – para quebrar a agenda de escândalos que rondam a CBF e que, daqui até a Copa, tem tudo para crescer.

  Tudo, portanto, é bom para ele. Os clubes, coitados, é que podem pagar de novo a conta. Pagam pela subserviência dos seus dirigentes. Mas isso é outra história

Corinthians e MSI emtram em acordo na Justiça.

O Corinthians fez um acordo na Justiça brasileira com a MSI e a Rio Football, empresa de Pini Zahavi - segundo o MP, homem de Kia Joorabchian - sobre os direitos econômicos do meia Carlos Alberto na venda ao Werder Bremem, em 2007.

O Corinthians recebeu R4 11 milhões do clube alemão da parte em aberto e vai repassar R$ 4,5 milhões à Rio Football e MSI, segundo um diretor do Corinthians.

O clube, que em 2008 dizia ter direito ao total dos direitos, acha que o acordo foi ótimo.

Mesmo com a empresa dizendo, na documentação abrir mão dos valores, ou seja, nada teria direito.

Parece realmente ser uma estratégia para dividir os valores entre o mesmo grupo que atua nas sombras alvinegras há tantos anos.

Difícil imaginar Andrés Sanchez, conhecido como “Taxinha” no meio do futebol, fora dessa partilha. E é amigo do Kia......

O advogado da MSI e da Rio Football no litígio com o Corinthians foi o ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, amigo do atual presidente, Juvenal Juvêncio.

Aidar repassou o caso um colega antes do fim, na época em que se desligou do qual era sócio, o Fellsberg.

EM TEMPO: Vale lembrar que as taxas processuais, a cargo do Corinthians, e sem definição de valores, segundo o acordo, ainda não foram descontadas… Nem a dívida da MSI com o clube, cerca de R$ 60 milhões, parece ter entrado no negócio…
Osmar Stabile, empresário, dono das empresas Lopsmol e Bendsteel (quem mora no Parque Novo Mundo, deve conhecer essas empresas), conselheiro de oposição e possível candidato à sucessão que ocorrerá provavelmente em Fevereiro disse: "Que bomba ele está deixando no Corinthians para querer sair (da presidência) de qualquer jeito?".

Isso deve ser uma delas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lula, Ricardo Teixeira + Andrés =….....

A proximidade cada vez maior entre Lula, Teixeira e Andrés significa… uma série de coisas.

Do lado de Lula, desejo de voltar ao cenário do futebol, especialmente quando se trata de Copa do Mundo, já que o Brasil ganhou o direito de recebê-la durante seu governo. E ele quer estar lá, quando o mundo todo estará de olho no país, quer ser visto como uma espécie de Nelson Mandela brasileiro e ganhar maior projeção internacional.

Irá tentar aproximar Teixeira de Dilma e é por isso que Lula representa tanto para o presidente da CBF, que começa a ficar preocupado com o descaso com que tem sido tratado pela presidente da República.
Já Andrés recebeu convite informal de Lula para… entrar na política.

Lula acha que o presidente corintiano poderia montar uma política esportiva para Fernando Haddad, candidato do ex-presidente à Prefeitura de SP, implantar na cidade. E poderia se lançar candidato a vereador, puxando muitos votos ao PT, que ganharia força na Câmara Municipal, como já fez Eduardo Suplicy anos atrás.

Andrés diz que não, também quer trabalhar para a Copa, assim como Lula e Teixeira, mas sem um cargo político.

Convidou Lula e família para verem Corinthians e Flamengo na segunda semana de setembro e para acompanharem as obras do Fielzão. Garantiu a abertura do Mundial em São Paulo e selou sua aliança com Teixeira.

Vamos ver… O trio está afinado, tem conversado muito, jantado junto, o que é uma pena. Votei em Lula várias vezes, mas não mais depois de sua atitude diante do escândalo do mensalão. Repito, como tem dito Romário, por enquanto uma grata surpresa como deputado. A  Copa será no Brasil, mas não é do Brasil.

Pois quem manda no evento é a Fifa e o trio que se reúne para jantar e mostra que não está nem aí para o que pensa ou deixa de pensar a sociedade brasileira. O povo vai acompanhar o evento pela TV. Ou em festas de rua. E vai pagar a conta. Não a do jantar, mas a da Copa, que é muuuuito mais cara.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cresce cerco a Ricardo Teixeira

Para quem torce pela saída de Ricardo Teixeira da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL), uma boa notícia.

Oito advogados paulistas levaram uma série de denúncias contra o dirigente, denúncias que vão desde a década retrasada passam pelo nebuloso amistoso do Brasil contra Portugal, no Distrito Federal, que teria favorecido amigos do dirigente, e chegam até 2011, para a Frente Suprapartidária de Combate à Corrupção e à Impunidade.

Entre os pontos levantados estão também possível favorecimento a parentes e amigos dentro da CBF e do próprio COL, cuja diretora-executiva é nada mais nada menos do que a filha de Teixeira.

As denúncias serão enviadas também a senadores, entre os quais Ana Amélia Lemos (PP-RS), cujo gabinete deve analisar ponto por ponto levantados pelos advogados paulistas.

Pedro Simon (PMDD-RS) e Cristóvam Buarque (PDT-DF) também receberão a documentação, já enviada para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que faz parte da Frente Suprapartidária.

A frente em questão, além da OAB, conta com representantes da Controladoria Geral da União (CGU), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que foi quem conseguiu recolher assinaturas para a aprovação da Lei da Ficha Limpa para o Congresso brasileiro.

Agora a ideia é recolher assinaturas contra Ricardo Teixeira, assim como querem fazer grupos de torcedores que têm se reunido para pedir uma Copa sem Teixeira.

Devagarzinho, devagarzinho, a sociedade civil começa a se mexer. Afinal, a Copa está aí. E a Olimpíada, para lembrar a quem esqueceu, também.

sábado, 20 de agosto de 2011

Sangria nos cofres públicos

Tem algo que ainda me intriga em Dilma. Gosto mais dela do que de Lula. Lula foi quem se aproximou de Ricardo Teixeira e o ajudou a ficar acima do bem e do mal.

Lula foi quem defendeu 12 cidades-sede para a Copa, quando poderíamos ter menos. E a sangria dos cofres públicos seria menor. Os elefantes brancos, idem.

Por falar em sangria nos cofres públicos, ainda não se sabe quanto vai custar a Copa de 2014, dá para acreditar? E estamos no final de 2011.

Com tudo em cima da hora, os preços vão subir a cada dia. Por que não fizeram nada antes se sabemos que o Mundial seria aqui há pelo menos quatro anos?

Com a Olimpíada é a mesma coisa. Não há um orçamento fechado. Serão gastos, em tese, entre 40 bilhões e 50 bilhões de reais. Mas essas cifras podem aumentar…

Dilma diz que quer reduzir os gastos do governo e irá controlá-los com pulso firme. Só que escândalos seguem estourando em seu governo, boa parte deles em função das alianças feitas pelo “companheiro” Lula, a presidente se afasta de Ricardo Teixeira, o que é ótimo, mas não intervém no Ministério do Esporte, que é aliado do dirigente e de Carlos Arthur Nuzman, eterno presidente do COB. Ou seja, a pasta diz amém para tudo o que eles pedem.

Enquanto isso, Dilma veta um artigo da LDO 2012, negando reajuste acima da inflação a aposentados do INSS que ganham mais de um salário mínimo. Cortar dinheiro de aposentados pode, mas enxugar os gastos com a Copa e os Jogos de 2016 não?

Se a presidente quiser diminuir a sangria nos cofres públicos não pode se limitar a uma faxina no Ministério dos Transportes ou a mudanças no de Turismo, depois das denúncias de corrupção. Tem que focar na Copa e na Olimpíada no Brasil. No Brasil, pois, como bem disse Romário, estes dois eventos “apenas” serão aqui, mas não são nem nunca foram do Brasil ou do povo brasileiro. Este vai vê-las pela TV. E pagar a conta. Conta que cresce, cresce e cresce e, lamentavelmente, vai continuar a crescer. É o nosso Golias, pois cada país tem o Golias que merece.

A Copa do Mundo já tem seus derrotados

As primeiras reações à escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo 2014 foram de festa.

De certo modo justificada: depois de mais de 60 anos, o país que tem o futebol como uma marca de cultura popular, com centenas de milhares de campos de várzea espalhados por todos os cantos, poderia voltar a ver de perto o maior evento futebolístico do planeta.

O menino da favela poderia, quem sabe, ir ao estádio ver seus maiores ídolos, que costumam se exibir apenas nos campos europeus. Um sonho…

Que não tardou muito em gerar desilusão.

De início, apareceu o incômodo problema de quem iria pagar a conta.

E veio a resposta, ainda mais incômoda, de que 98,5% do gordo orçamento do evento seriam financiados com dinheiro público, segundo estudo do TCU.

Boa parte do BNDES, é verdade.

Mas o capital do BNDES é alimentado pelo Orçamento Geral da União, portanto, dinheiro público, apesar dos malabarismos explicativos do Ministro dos Esportes.

Dinheiro que deveria ser investido no SUS, na educação, em habitação popular e tantos outros gargalos mais urgentes do país.

A questão torna-se ainda mais grave quando, motivado pelo argumento do tempo curto até 2014, o controle público dos gastos corre sério risco.

A FIFA impõe contratos milionários com patrocinadores privados. E o presidente do todo-poderoso Comitê Local é ninguém menos que Ricardo Teixeira, que dispensa comentários quanto à lisura e honestidade no trato com dinheiro.

Estes temas têm sido amplamente tratados pela grande imprensa.

No entanto, há uma outra dimensão do problema, infelizmente pouco abordada. E não menos grave.

Trata-se das consequências profundamente excludentes dos investimentos da Copa nas 12 cidades que a abrigarão.

Três anos antes da bola rolar, esta Copa já definiu os perdedores. E serão muitos, centenas de milhares de famílias afetadas direta ou indiretamente pelas obras.

Somente com despejos e remoções forçadas já há um número de 70 mil famílias afetadas, segundo dossiê de março deste ano produzido pela Relatora do Direito à Moradia na ONU, Raquel Rolnik.

E estes dados foram obtidos unicamente através de denúncias de comunidades e movimentos populares.

O que significa que os números tendem a ser muito maiores.

A Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos solicitou a representantes governamentais do Conselho das Cidades um dado estimado de famílias despejadas e recebeu a resposta de que este levantamento não existe. O Portal da Transparência para a Copa 2014 tampouco fornece qualquer informação. Há uma verdadeira caixa-preta entorno dos números.

Isso facilita que qualquer processo de remoção receba o carimbo da Copa e, deste modo, seja conduzido em regime de urgência, sem negociação com a comunidade e passando por cima dos direitos mais elementares.

E, o que é pior, na maioria dos casos não há qualquer alternativa para as famílias despejadas. Quando há, são jogadas em conjuntos habitacionais de regiões mais periféricas, com infra-estrutura precária e ausência de serviços públicos.

Não é demais lembrar que, na África do Sul, milhares de famílias continuam hoje vivendo em alojamentos após terem sido removidas para a realização da Copa 2010.

Quem sorri de orelha a orelha é o capital imobiliário.

As grandes empreiteiras e, principalmente, os especuladores de terra urbana se impõem como os grandes vitoriosos. Nunca ganharam tanto.

Levantamento recente do Creci-SP mostra que em 2010 houve uma valorização de até 187% de imóveis usados em São Paulo e um aumento de até 146% no valor dos aluguéis. A rentabilidade do investimento imobiliário superou a maior parte das aplicações financeiras Para este segmento a Copa é um grande negócio.

Quem perde com isso é a maior parte do povo brasileiro. O trabalhador que ainda podia pagar aluguel num bairro mais central é atirado para as periferias. E mesmo nas periferias, os moradores são atirados para cidades mais distantes das regiões metropolitanas.

As obras da Copa desempenham um papel chave neste processo de segregação. O exemplo de Itaquera não deixa dúvidas: os preços de compra e aluguel dos imóveis dobraram após o anúncio da construção do estádio. Aliás, não se trata de um fenômeno apenas nacional: as Olimpíadas de Barcelona (1992), por exemplo, foram precedidas de um aumento de 130% no valor dos imóveis; em Seul (1988) 15% da população sofreu remoções. A conta costuma ficar para os mais pobres.

Isso quando não se paga com a liberdade ou a vida. Na África do Sul, durante a Copa 2010, foi criada por exigência da FIFA uma legislação de exceção, com tribunais sumários para julgar e condenar qualquer transgressão. O Pan do Rio foi precedido de um massacre no Morro do Alemão, com dezenas de mortos pela polícia, supostamente “traficantes”. Despejos arbitrários, repressão ao trabalho informal, manter os favelados na favela e punir exemplarmente qualquer “subversão”, eis a receita para os mega-eventos. Receita que mistura perversamente lucros exorbitantes, gastos públicos escusos e exclusão social.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Torcidas organizadas se unem contra Ricardo Teixeira e preparam como nas arquibancadas

Ricardo Teixeira está prestes a enfrentar a maior manifestação popular contra sua permanência no comando do futebol brasileiro, desde que se tornou presidente da CBF, em 1989. Na 19ª rodada do Brasileirão, mais de 20 torcidas organizadas, de diferentes clubes do país, vão deixar as rivalidades de lado e se unir para protestar contra o mandatário, nas arquibancadas dos estádios.

A idéia vem da Confederação Nacional das Torcidas Organizadas (Conatorg), fundada há cerca de um ano para unir as organizadas e cobrar o que julga ser melhorias no futebol brasileiro. No dia 21 de junho, em reunião entre as filiadas, em Brasília, a iniciativa de combater a continuidade de Ricardo Teixeira à frente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 foi aprovada.

A 19 rodada foi escolhida porque abriga os maiores clássicos regionais. Os protestos serão no sábado (dia 27) e no domingo (28). Torcidas rivais, por todo o Brasil, erguerão faixas com a frase "Copa com prestação de contas e sem Ricardo Teixeira". A manifestação cobra uma Copa com prestação de contas à sociedade e transparência na CBF.

– Uma de nossas bandeiras será a luta contra Ricardo Teixeira. Queremos uma gestão transparente, com ética – afirma Wildner Rocha, o Pulguinha, presidente da Conatorg e diretor da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians.

Também estão no protesto torcidas como a Raça Rubro-Negra, do Flamengo, Camisa 12, do Internacional, e a Máfia Azul, do Cruzeiro. Em São Paulo, Mancha Alviverde e Dragões da Real lideram com a Gaviões.

Até o dia 27 de agosto, a entidade distribuirá panfletos e disseminará a idéia por meio das redes sociais pela internet. A expectativa é ganhar o apoio de torcedores não vinculados às organizadas pela mesma causa.

Nos bastidores, dirigentes de clubes subservientes trabalham para frear as manifestações de rua contra o presidente da CBF. Andrés Sanches inclusive agendou reuniões com lideres das organizadas corinthianas para pedir que não participem das manifestações.

Também não se sabe a reação da Rede Globo na transmissão da rodada. A emissora carioca é parceira da CBF e detém os direitos de transmissão do campeonato brasileiro.

A população opina sobre o estádio do Corinthians, o "Imoralzão".

Durante um bom tempo, enquanto se discutia se o Morumbi podia ou não receber a abertura da Copa do Mundo no Brasil, aqui foi dito que os governantes paulistas deveriam fazer valer o lema da capital paulistana, “Não sou conduzido, conduzo”.

E que se fosse dito com clareza à população que São Paulo não se curvaria à vontade do presidente da CBF e que ou faria a Copa no Morumbi ou a Fifa que se virasse, o eleitorado aplaudiria a manifestação de altivez.

Pois agora o Datafolha foi às ruas e revela que 60% dos paulistas não acham importante que se faça a abertura na cidade.

Era óbvio.

Abaixo, um resumo interessante da pesquisa:

Pelo levantamento, 61% dos moradores da cidade são a favor da construção da arena corintiana, que tem custo atual estimado em R$ 820 milhões, sem contar instalações provisórias específicas para o Mundial que serão bancadas pelo governo do Estado.

Os que disseram ser contra o estádio foram 28%, e 11% não souberam responder.
O maior apoio, óbvio, é dos corintianos (83%).

Mas é enorme entre os santistas (67%) e parecido, e considerável, entre palmeirenses (49%) e são-paulinos (46%).

Estádio para o Corinthians tudo bem, mas nada de dinheiro público ou euforia com a abertura do Mundial.

A pesquisa apontou que 60% dos entrevistados têm a opinião de que a abertura da Copa para São Paulo é nada importante –23% a julgam um pouco importante e apenas 17% muito importante.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Gol Contra de Rivaldo

Gosto do futebol do Rivaldo, que a cada jogo prova que tem ainda bola para gastar. Mas ao dizer que Neymar, Ganso e Lucas tem que sair para fora o mais rápido possível para pegar experiência, porque hoje não os respeitam tanto quando forem jogar no Real Madrid e no Barcelona, foi um verdadeiro gol contra do veterano craque.

Se os jogadores que atuam por aqui... ou melhor, se os clubes não são reconhecidos por aqui o culpado disso é a administração da CBF. Recentemente a CNN se referiu ao Corinthians como “um pequeno clube do Brasil”. Creio que não só o Timão, mais todos os clubes brasileiros são pequenos para a emissora norte-americana.

Os clubes não podem marcar amistosos e participar de torneios contra times de outros paises para expor suas marcas e conseguir maiores receitas, por conta do esdrúxulo calendário brasileiro, que vai na contramão do resto do mundo. O campeonato brasileiro seria mais valorizado e reconhecido. A por tabela, os jogadores seria mais reconhecidos mundialmente, ganhariam mais sem precisar ir para a Europa.

Vale lembrar que o Brasil é atualmente a sétima potência econômica, à frente da Espanha, Canadá entre outros. E tem potencial para ser a quinta. Lógico que tem vários interesses para não ter a adequação do calendário, mas sempre há uma esperança. Principalmente quando vejo nos campos brasileiros jogadores como Neymar, Ganso e Lucas. Mas a CBF tem que ajudar.

A "Patota" pode ficar mais forte.

É louvável a iniciativa do maior grupo de comunicação do país de tornar públicos os princípios editoriais que regem a prática de seu jornalismo, amplamente divulgados nas diversas plataformas de mídia das Organizações Globo ao longo dessa semana. Mais relevante ainda quando enquadrada num contexto em que o exercício da ética, o respeito ao interesse público e aos valores republicanos dia após dia vêm sendo vilipendiados nos corredores e gabinetes das mais distintas esferas do poder político. E também em muitas esferas do esporte.

O documento da Globo deixa claro os compromissos com a independência e com a isenção. Determina uma prática apartidária, laica, que não se colocará a favor ou contra governos, igrejas, clubes, partidos ou grupos econômicos.

Estabelece, nesse sentido, condutas a serem cumpridas por todos os seus profissionais, em todos os níveis do jornalismo, perante as fontes, o público, os colegas e o veículo para o qual trabalham. Sempre voltadas para a defesa intransigente, entre outros princípios, da democracia, das liberdades individuais e da livre iniciativa. O poder de influência das Organizações Globo, por sua abrangência nacional, tem a força de um canhão. Uma posição conquistada pela credibilidade construída ao longo dos anos, em que os acertos em larga escala superam os erros. O que sai nos telejornais, e nos outros veículos da Globo, ajuda a formar a opinião, a consciência de milhões de brasileiros de Norte a Sul do país. Para os que defendem as causas do bem, sair no Jornal Nacional é uma vitória. Aparecer "mal na fita" deixa em pânico personagens conhecidos da vida pública nacional.

Não foi à toa que o presidente da CBF Ricardo Teixeira, na recente matéria publicada pela revista Piauí, declarou, comentando a série de denúncias contra ele: "Só vou ficar preocupado quando sair no Jornal Nacional". Uma frase dita com a arrogância de quem se acha protegido e capaz de influenciar editorialmente o principal programa jornalístico da televisão brasileira.

Qualidade técnica, competência do quadro de profissionais, o jornalismo da Globo tem de sobra. Não foram poucos os desmandos denunciados na política e no restante da vida do país, gerando punições, cassações e até prisões. De dar orgulho pelo dever cumprido.

Também no esporte existe esta competência e vontade de fazer direito. Ainda assim, em mais de uma ocasião, fui contrário as posições da Globo quando julguei que estas não eram condizentes com os interesses maiores do esporte. Jorge Kajuru, em uma recente entrevista, resume bem isso: "A Globo não faz jornalismo esportivo, Faz negócios."

Agora, a publicação dos princípios editoriais e sua aplicação nos temas do esporte em que pese os vultosos e legítimos negócios da emissora nessa área me enche de esperança.

Confio que a prática de um jornalismo pautado pelo interesse do torcedor, pelo crescimento do esporte via profissionalização das entidades e dos clubes fará com que alcance o estágio elevado com que sonham os milhões de amantes do futebol e do esporte brasileiro como um todo.

Assim, a "patota" como Ricardo Teixeira referiu-se ao Lance!, à Folha de S.Paulo, ao UOL e à ESPN, reclamando das críticas na mesma entrevista à Piauí ficará ainda mais forte ao contar com um aliado de tamanha força.

Para que serve as Torcidas Organizadas?

Torcida organizada é a denominação dada a uma associação de torcedores de um determinado clube esportivo. Na teoria, teriam que defender suas agremiações, lutar por melhorias de seus clubes de coração e, sobretudo, torcer e apoiar sempre. Mas na pratica não é bem assim.

Normalmente, as associações dos torcedores organizados desenvolve diversos produtos com a imagem clube, sem o mesmo receber nada em troca. Usualmente recebem ingressos dos diretores dos clubes de futebol para acompanhar os eventos. É comum que parte dessas entradas sejam revendidas para outros torcedores, seja até por preço maior, visando lucros. É normal alguns clubes terem em suas diretorias, sócios das organizadas. Isso sem contar os atos de violências. É freqüente também a participação de meliantes envolvidos com o tráfico de drogas nas periferias das grandes cidades dentro das organizadas. Sem contar que costumam tumultuar o ambiente do clube.

Bom, nesse último Sábado, eles tiveram a oportunidade de se redimirem. Mas não deram as caras na manifestação pela saída de Ricardo Teixeira da CBF e do COL. Ao longo da administração atual da CBF (mesma desde 1989) os estádios apodreceram, os clubes ficaram mais pobres e as federações mais ricas, houve o êxodo dos grandes, bons e medianos jogadores do país, a seleção brasileira deixou de ter a cara do Brasil, passou a ser "estrangeira" e menos querida pelo povo...

Como TORCIDAS, eles tinham a obrigação de contribuir com sus presenças e defender os interesses de seus clubes. Com toda certeza, iria repercutir muito mais a manifestação. Espero que na próxima, eles compareçam, pois é dever deles.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Globo dedica 3 minutos do Jornal Nacional à reportagem contra Ricardo Teixeira

É impressionante a repercussão da reportagem de três minutos exibida no "Jornal Nacional" desde Sabado a respeito da investigação policial sobre irregularidades no contrato para a realização do amistoso entre Brasil 6 a 2 Portugal, ocorrido em 2008.

Trata-se de um caso antigo, noticiado pela primeira vez em 2009. A investigação envolve diretamente Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e alguns de seus amigos e aliados no mundo da política e do futebol.

Se a investigação, em si, não constitui novidade, o mesmo não se pode dizer do fato de a Rede Globo ter dedicado tempo de seu mais importante noticiário a ela. Por esta razão, a repercussão da notícia não foi o conteúdo em si, mas as especulações sobre os motivos que levaram o veículo a dar a informação.

Estranho? Não. Parceira comercial da CBF, a Globo vinha sendo bastante comedida há anos na área do jornalismo em investigações próprias ou mesmo na reprodução de notícias de conhecimento público desfavoráveis a Teixeira.

Está reportagem no Jornal Nacional pegou de surpresa não só a diretoria da CBF como o departamentode Esportes da Globo. Dentro da emissora, diz-se  que houve várias causas, e a maior foi a entrevista dada à revista "Piauí", que minou a blindagem dada a Teixeira. Nesta entrevista, o presidente da CBF sente-se à vontade para dizer que não teme nenhuma crítica, com exceção daquelas apresentadas pelo “Jornal Nacional”.

Mas também parece ter outro motivo: no contrato assinado entre a CBF e o canal Premiere, da Globosat, a entidade só pode fazer qualquer mudança em relação as datas e horários das partidas, em comum acordo e consultando o canal com antecedência.

Ricardo Teixeira decidiu por conta própria alterar os horários dos jogos de fim de semana, ‘matando’ de uma só vez o sábado 21h e o domingo 18h30. O Premiere não foi consultado, acabou sendo pego de surpresa e no último dia 3 de agosto foi simplesmente comunicado da decisão do presidente.

Nesse momento, a CBF estava desrespeitando o contrato e quebrando o ‘pacto’ entre Globosat e CBF.
A Globo resolveu responder na mesma moeda a decisão arbitrária de Ricardo Teixeira.

O presidente da CBF costuma dizer que quando precisa, usa o ‘saquinho de maldades’. A Globo usou o dela. Por isso fez uma reportagem desfavorável ao dirigente como retaliação por causa da quebra do ‘acordo de cavalheiros’.

Na CBF, a reportagem do Jornal Nacional, foi classificada como uma tentativa de mostrar independência. A tese é de que a emissora precisava contrariar as palavras do presidente da CBF à revista Piauí e demonstrar não estar sob o controle do cartola. Tinha que dar uma resposta à sociedade.

Porém, na confederação brasileira, a matéria foi considerada boba, com poder de fogo inofensivo, e chegou a ser comparada à série feita recentemente pela Record, ironizada na entidade. Os aliados do cartola sustentam que ele não é o alvo da investigação sobre o uso de dinheiro público no amistoso entre Brasil e Portugal. E, já que o manda-chuva da CBF foi citado na reportagem, o mesmo deveria ter sido feito com o presidente da Federação Portuguesa.

Ao mesmo tempo em que a turma da CBF nega haver estremecimento com a Globo, a emissora agora é alvo de comentários jocosos. Um deles é o seguinte: “É fácil mostrar independência quando a Globo não está negociando nenhum contrato com a CBF. Por que não mostram independência no meio de uma negociação?”

Fora da CBF, aliados do presidente do COL (Comitê Organizador Local da Copa) também avaliam que a emissora escolheu um tema lateral, que não atinge o Mundial, para fingir que bateu no dirigente.

Como vocês podem ver, há diferentes interpretações para o gesto da Globo. As divergências se dão em relação ao impacto da notícia dentro da CBF, se provocou ou não preocupação, e nas razões que a Globo teria para levar ao ar o assunto.

Mais do que os motivos que levaram a Globo a tratar do caso, para o espectador interessa saber se a emissora tratará regularmente, e com profundidade, das diferentes denúncias envolvendo a CBF e o seu presidente. Só fazendo isso, não causará surpresa quando noticiar algo a respeito.

domingo, 14 de agosto de 2011

Marta Suplicy e o Turismo

Não, não quero entrar na polêmica das prisões ligadas a escândalos no Ministério do Turismo, embora faça duas observações. A primeira é que, por mais que possa ser criticado neste espaço, acho constrangimento imoral o vazamento das fotos dos presos, processo parecido com o que viveu o ex-prefeito Celso Pitta, detido (e algemado para a imprensa ver) há alguns anos. A segunda é que temos que ter cuidado com escutas telefônicas, pois algumas (não todas, mas algumas) podem ser tiradas do contexto e o contexto é importantíssimo para entendermos melhor dada situação.

Como digo que o contexto é importante, quero salientar que votei várias vezes em Marta Suplicy, inclusive para o Senado e para a Prefeitura de SP, em Gilberto Kassab não votaria de jeito nenhum. Tampouco tinha a menor simpatia por Pitta, que citei anteriormente e em quem nunca votei nem votaria.

Em relação à Marta, apesar de ter votado nela, tenho uma série de restrições. Comandou o turismo e não foi boa ministra. Aquela frase no mínimo infeliz (”relaxa e goza”, foi mesmo isso o que ela disse?) revela, antes de mais nada, total desconhecimento do que é o turismo no Brasil. Pois para ela parecia ser apenas o de lazer, quando hoje (e São Paulo é prova disso) o turismo de negócios é fortíssimo. Ela não levava isso em conta? O que fez para diminuir o caos aéreo, por exemplo?

Mas como prefeita acho que foi a melhor (ou menos pior, sim menos pior é melhor. hehehe) que SP teve depois de Luíza Erundina, a melhor prefeita da capital paulista dos últimos tempos.

O turismo é um dos pontos cruciais a serem trabalhados por conta da Copa de 2014 e dos Jogos de 2016. Mas alguém sabe o que foi feito até agora? Se souberem, me avisem, por favor, pois não vejo um planejamento para a pasta. Não vejo nada, tirando as denúncias de corrupção.

Termino este post citando trecho da coluna de Marta Suplicy, sim, a senadora voltou a ser colunista da “Folha”, em que ela diz: “Um sistema (ela se refere ao londrino, por conta dos distúrbios na Inglaterra) que desemprega e humilha nos faz entender o porquê de uma multidão obedecer a um tuíte… (e badernar).”

Encerra falando do Brasil, um país, segundo Marta, em que “ainda existem possibilidades de oportunidades e ascensão social”, pois “o futuro da juventude brasileira não é de declínio, é de esperança”. Ela vive no Brasil??? Não sei, mas entre ela e o Kassab ainda votaria nela. Se bem que prefiro Fernando Haddad como o candidato do PT e uma hora explico o porquê. Ou explico agora. Porque creio que ele investiria forte em educação, como fez Erundina há duas décadas. O Brasil precisa disso: educação, educação, educação e saúde, claro.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CBF cancela amistosos contra a Itália e Espanha com medo da Seleção perder. E marca jogos com Gabão, Egito, Costa Rica e México

Depois de atuações nada convincentes diante das principais seleções do mundo, a CBF recuou na idéia de encarar grandes rivais em amistosos no restante de 2011. Cancelou ontem os jogos contra Itália e Espanha e passa a ter partidas marcadas contra times bem menos expressivos, para não dizer outra coisa: Egito, Costa Rica, México e Gabão.

Alem deles, a seleção da CBF jogará duas vezes contra a Argentina na Copa Nicolas Leóz (para quem não sabe, ele é o presidente da Comembol, parceirão de Ricardo Teixeira). Mas só contará com jogadores que atuam no futebol brasileiro.

Creio que a marcação desses amistosos foi uma maneira que o Ricardo Teixeira encontrou para se defender. Se a Seleção começa a perder, haverá uma pressão maior sobre sua gestão na CBF. Um questionamento muito grande do trabalho, maior do que já existe.

Não tem a ver apenas com troca de técnico. São coisas paralelas. Haverá o pedido para a substituição de Mano Menezes, no caso de outros insucessos, mas também um medo. Se a Seleção da CBF acumular outros maus resultados, será criado um clima de que não vai ganhar a Copa do Mundo em 2014. E se não ganhar, Ricardo Teixeira será o mais cobrado por isso, será o responsável pelo fracasso.

Tem mais, os patrocinadores da Seleção começam a demonstrar insatisfação com os maus resultados obtidos pela equipe. Reclamam que desembolsam valores dignos da melhor seleção do mundo. Porém, o futebol apresentado pelo time nacional não corresponde a esse status. Ou seja, estariam pagando mais do que a seleção vale hoje.

Um dos parâmetros usados é o ranking da Fifa. O Brasil é o quarto colocado, mas cobra como se fosse o primeiro.  Desde 2006 a Seleção não sabe o que é ficar no topo da lista.

Os patrocinadores argumentam também que logo a CBF não irá conseguir impedir uma queda nos valores exigidos, principalmente em relação às cotas de amistosos. Não é preciso conhecer bem Ricardo Teixeira para saber que deixar de ganhar dinheiro é algo que o tira do sério.

Por tudo isso, é muito mais cômodo enfrentar esses adversários de menor porte. Por segurança.

Divórcio da seleção

A impressão que tenho é que o povo brasileiro (ou pelo menos parte dele) está em processo de divórcio da Seleção da CBF.

Eu estava almoçando em um restaurante perto do Hospital Nipo Brasileiro e ouvi pelo menos quatro pessoas dizendo que torceriam pela Alemanha, com receio de que uma vitória da seleção deixaria no esquecimento o fiasco que foi nossa participação na Copa América.

No terceiro gol alemão, de casa pude escutar gritos de “Chupa Mano”, protesto contra o técnico da seleção. Em quatro jogos contra “grandes”, Argentina, França, Holanda e Alemanha, foram três derrotas e um empate. Um ponto em 12, se pontos estivessem em disputa.

Sem falar no desastre que aconteceu na Copa América, na vitória sem graça contra a Romênia, 1 a 0 na melancólica despedida de Ronaldo, enfim, situação difícil. Parece que jogamos um ano de trabalho no lixo. E faltam menos de três para o início da Copa no Brasil. O tempo urge. Para as obras de infraestrutura e para a formação de um time que hoje ainda é uma colcha de retalhos.

Em tempos: eu me incluo no divórcio. O que o senhor Ricardo Teixeira administra não é a pátria de chuteiras, e sim um balcão de negócios. Negócios vantajosos para ele, por sinal. Por isso me recuso a dizer "Seleção Brasileira". Para mim, é Seleção da CBF ou Seleção do Ricardo Teixeira.

Vários argumentos contra a Copa no Brasil

Sempre tive o pensando de que o Brasil tem que bater os pés e não fazer o que a Fifa manda. Simplesmente abaixar a cabeça e seguir as ordens de uma entidade atolada num mar de lama, repleta de denúncias de corrupção e com a imagem arranhada em todos os cantos do mundo, não.

Recentemente em Cape Town, na África do Sul, muitos defendem que o estádio construído para a Copa de 2010 seja demolido, pois ficou um elefante branco difícil de ser mantido.

Algo semelhante se deu com a estrutura montada para os Jogos de Pequim, em 2008, com várias arenas sem utilidade, assim como com a dos Jogos de Atenas, em 2004, que custa ao governo mais de 100 milhões de dólares por mês apenas para manutenção.

Resultado, no caso da Grécia, que estava à beira de quebrar e foi socorrida pelo FMI e pela Comunidade Europeia: o governo não vai mais manter a estrutura e deve entregá-la praticamente de graça para a iniciativa privada.

No Brasil, a questão do legado não foi discutida. E o que se vê nos preparativos da Copa-2014 e dos Jogos-2016 é uma repetição do que tivemos no Pan-2007. O orçamento subiu de pouco mais de 400 milhões para 3,8 bilhões de reais e o legado foi praticamente nulo. Um dos maiores escândalos esportivos deste país e ninguém caiu com isso. Pelo contrário, o mesmo grupo é o que comanda os preparativos para os Jogos de 2016.

Teremos, com absoluta certeza, uma série de elefantes brancos no Brasil, especialmente no Norte e Nordeste, num claro desperdício de dinheiro público.

No Sul e Sudeste possivelmente não, mas arenas como Fielzão, Maracanã e Mineirão serão construídas com dinheiro do contribuinte e não privado, ao contrário do que disse Ricardo Teixeira quando o Brasil garantiu o direito de sediar a Copa, em 2007.

Como praticamente nada foi feito até o início deste ano e as obras começaram a cerca de três anos do Mundial, os preços são mais altos, as empreiteiras ganham mais e os contribuintes só perdem com o novo cenário.

O metro de metrô construído fica mais caro porque tudo tem prazo para ficar pronto: 2014, no caso da Copa, e 2016, no caso da Olimpíada. E quem paga a conta, repito, somos nós.

Não se pensou nas arenas e no seu uso pós-Copa, não se fez um plano de mobilidade urbana (transportes, incluindo o setor aeroportuário), nem um para fomentar o turismo no Brasil.

Muita gente vem para ver os dois eventos? Sim. Mas e quantos deixam de vir por conta da confusão e dos preços que sobem quando eles acontecem? E não voltam mais nem recomendam uma visita ao país aos amigos por conta da desorganização e da falta de infraestrutura local?

Na África do Sul o turismo não cresceu depois da Copa, em julho de 2011 voltou a nível semelhante a julho de 2006 e a rede hoteleira de três das principais cidades do país chegou a ficar no primeiro semestre com capacidade ociosa de 76%. Sim, de 76%.

Na Alemanha em 2010 o turismo foi similar ao que era em 2005, ou seja, pouco mudou depois do Mundial de 2006.

Os taxistas, só para citar um exemplo, foram ou serão treinados para receber estrangeiros? Há algum plano para ensinar noções básicas de inglês a eles? Não, nada, nada, nada.

É certo o Rio ter gasto mais de 100 milhões de reais em 1999/2000 para preparar o Maracanã para o Mundial de Clubes, mais de 300 milhões em 2006/2007 para prepará-lo para o Pan e agora 1 bilhão de reais para a Copa de 2014? Sendo que o argumento para investir mais de 300 milhões no estádio em 2007, para o Pan, era que ficaria preparado para atender às exigências da Fifa. Não ficou e o dinheiro foi para o lixo.

E por que a Fifa exige tanto de países como África do Sul e Brasil, mudando seu “padrão” de 20 anos para cá? Pois na Copa de 1994, nos Estados Unidos, não foi preciso construir 12 estádios, as arenas foram adaptadas, muitas com estrutura provisória, para abrigar a Copa, mas… as empreiteiras não lucraram como na África do Sul ou no Brasil. E vão lucrar nas próximas Copas na Russia e no Catar, onde é mais facil se corromper do que Inglaterra e EUA.

Por que não preparar o Pacaembu ou o Morumbi para receber jogos do Mundial em SP? Porque construir novos estádios dá dinheiro. Para as empreiteiras e… Gostaria de acreditar que para mais ninguém. Mas dá dinheiro. E o lucro da Fifa é cada vez maior. Cada vez maior.

Se dissermos um grande não à Fifa e fizermos a Copa do nosso jeito, não sob o comando de Ricardo Teixeira e cia., duvido que ela a tire daqui. Mas vale correr o risco, pois do jeito que as coisas estão é prejuízo na certa. Como o próprio ministro do Esporte, Orlando Silva (ainda não sei o que ele está fazendo no ministério), confessou em relação ao Pan de 2007, o governo abriu as torneiras no fim para evitar um fiasco internacional.

Fiasco que já ocorre, pois o mundo todo sabe que estamos com problemas para organizar os dois eventos, o que arranha nossa imagem. Estamos mais atrasados do que a África do Sul a três anos do Mundial e do que a própria Rússia, que organizará a Copa de 2018. Ou seja, e o prejuízo para a “marca Brasil”? Ninguém fala disso?

Por que os organizadores não se mexeram em 2007 e deixaram tudo para a última hora? Por que o governo pouco fez depois do auge do caos aéreo, em 2007, deixando tudo para ser resolvido agora, às vésperas do Mundial? É legal gastarmos 50 bilhões de reais num trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio e o preço fica cada vez mais caro a cada dia que nos aproximamos da Copa e dos Jogos quando a verba poderia ser usada em metrô e na melhoria de transporte público urbano em SP e Rio, cidades onde o trânsito é caótico e que serão “beneficiadas” pelo trem-bala?

O mais grave é que o Brasil soube oficialmente que seria a sede da Copa em 2007, mas pelo menos um ano e meio antes disso já tinha a informação de que o Mundial seria na América do Sul e que seríamos candidatos únicos ou no máximo teríamos um concorrente fraco, pois a Argentina não se candidataria. Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino, cuja saída do cargo tem sido pedida nas ruas por estudantes e torcedores, é amigo íntimo de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, cuja saída tem sido pedida nas redes sociais. Saída da presidência do Comitê Organizador Local e da própria CBF, onde se eterniza no poder desde 1989.

Enfim, chegou a hora de o Brasil peitar a Fifa e de o governo peitar Ricardo Teixeira. Pois não adianta fazer faxina apenas no Ministério dos Transportes. A faxina tem que ser maior. O Pan de 2007 continua como exemplo a não ser seguido. Mas o que se vê é a repetição do Pan. Com orçamentos estratosféricos, obras de última hora, tudo feito às pressas, preocupação zero com o legado esportivo e social e o povo, sem escolas e um sistema de saúde decente, pagando as contas. Até quando?