quarta-feira, 27 de julho de 2011

Argentina dá uma de Brasil do passado

Há anos a campanha da bebida Orloff fez o maior sucesso. O slogan era "Eu sou você amanhã". E com o tempo passou a designar curiosa onda de coincidências (ruins) que ocorriam na Argentina e irradiavam no Brasil. Após a reunião da segunda-feira passada na AFA (a CBF argentina) ocorreu o efeito inverso. "Eu sou você ontem". Numa canetada decidiu-se que o campeonato nacional passará de 20 para 40 clubes. Bem estilo Brasileirão dos anos 70 e 80, quando interesses políticos chegaram fazer a competição brazuca ter mais de 90 concorrentes.

Pura política. Pegaram o rebaixamento de um dos dois gigantes e usaram como alicerce para uma virada de mesa...Monumental! Foi bom para Julio Grondona (o Ricardo Teixeira argentino que está na presidência desde 1979), que terá uma eleição pela frente em poucas semanas. Foi bom para os clubes daSegundona, que vão ganhar não duas ou três vagas, e sim, 16. Foi bom para os da Terceirona, pois campeão e vice vão pular direto para a elite. Foi bom para os da elite que estão com médias ruins e podem cair (o Boca Juniors está nessa). Com uma moleza dessas quase todos votaram a favor.

Mas foi ruim para o futebol. Infelizmente, não dá para imaginar muito sucesso nesta formula. quando tudo indicava que a Argentina trabalharia com pontos corridos - uma questão de ajuste, já que Apertura e Clausura são, na verdade, turno e returno, mas que dá status de campeão nacional aos dois vencedores - vem esse esquema de dois grupos numa primeira fase que quase não vale nada (metade avança para afase que vale) e que será deficitária na grande maioria das rodadas. Uma fórmula que não se sustentará por muito tempo.

Pelo visto, uma máxima do barão de Itararé vale para essa decisão. "De onde menos se espera, daí é que não sai nada".

Nenhum comentário:

Postar um comentário