O estádio do Corinthians já nasceu de forma errada, nada ética, com a divulgada interferência do ex-presidente Lula até que uma empreiteira, generosamente, resolveu executar a obra para o clube. O orçamento inicial era de aproximadamente R$ 350 milhões, "modesto" se comparado aos estratosféricos valores alcançados pelas inflacionadas "arenas" da Copa do Mundo de 2014.
Ao entrar na lista dos estádios do Mundial, o Itaquerão teve suas cifras ampliadas a ponto de alcançarem os R$ 820 milhões, sendo R$ 420 milhões por intermédio de renúncia fiscal. Um presente do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (que tinha dito que a prefeitura não usaria dinheiro público em estádio), em parceria com os vereadores. Onde estaria o tal estudo que aponta um faturamento até três vezes superior ao que os cofres públicos deixarão de arrecadar na construção do estádio que podemos chamar agora de "Isentão".
E como não bastasse tudo isso, eis que o diretor da Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, diz que nos R$ 820 milhões orçados para o Fielzão não estão computados os reais necessários para os 20 mil lugares a mais exigidos pela Fifa para a abertura da Copa. O Corinthians argumenta que este dinheiro, coisa de mais R$ 70 milhões segundo Paschoal, virá do governo do Estado, o mesmo que, na palavra do governador Geraldo Alckmin, garantiu que não poria um centavo de dinheiro público em estádios. Mas segundo o governo, o dinheiro não irá para o estádio, mas para financiar a abertura da Copa, porque os 20 mil lugares adicionais serão desmontados depois da Copa.
Não é fabuloso?
Dinheiro público de forma indireta aplicado em uma obra privada. É mais imoral do que os estupros do Maracanã e do Mineirão, que pelo menos são do Estado. Talvez o estádio deva se chamar "Indecentão", afinal, é imoral o que se faz para levar tal loucura adiante.
Se você é corintiano, vive na cidade de São Paulo, usa hospitais públicos, tem filhos em escolas do governo, depende do transporte coletivo, passa horas num interminável sofrimento para ir de casa para o trabalho e voltar ao seu lar, ou seja, se o Estado não lhe oferece o que deveria, mas ainda assim preferes o tal estádio... Lamento por você, meu caro, sinceramente, lamento.
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